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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Encontro não aproveitado.

Estes dias eu salvei uma página da internet, com uma entrevista de um dos biógrafos do Syd Barrett, para ler depois. O depois chegou e o nome do escritor é Tim Willis, e a entrevista era sobre o livro dele, "Madcap - The half-life of Syd Barrett, Pink Floyd's lost genius”. O ano em que Tim concedeu a entrevista era 2002, ou seja, Syd ainda vivia. Pois bem, a façanha do jornalista foi ter acesso a souvenirs (teve ajuda da família do Syd para tal), coisa que fica diminuída ao saber que ele pode encontrar seu ídolo e razão da existência do livro: o cara se encontrou com o Syd Barrett.
A entrevista começa, obviamente com um briefing do livro, para nos situarmos. Já achei sensacionalista logo de cara pois ele já diz que o livro contém material inédito, entrevistas com o Waters e Gilmour, “novas histórias” e os papos com o Syd. Se eu já não fosse tão pessimista de cara, estaria pulando pela sala antes de começar a ler, já que o cara falou com o Syd!! Certamente terá alguma coisa inédita!!!!!! (momento de ironia).
Vou fazer um resuminho rápido da coisa, porque eu não to aqui pra traduzir e quero tocar o horror logo:
O tal do Tim começa falando mal do livro “Crazy Diamond” do Watkison e do Anderson, que é confuso em datas e fatos, cometendo até equívocos (palavra fofinha pra quem quer dizer ERRO). E que ele conseguiu “furos jornalísticos” com este tal material inédito, hum, ok, tá certo. E fala que os outros materiais lançados da carreira solo do Syd, tirando The Madcap Laughs e Barrett deveriam ter continuado enterrados (acho que por sua qualidade, ponto de vista do cara). E fala outras cositas, mas o que eu quero abrir aqui é o seguinte, quatro pontos que fuderam o cu do palhaço:
1. Não quero aumentar a coisa, mas o Tim falou que o Syd é (era) um vendido. Que não queria contato com o passado mas que acabou assinando seu primeiro nome (Syd) em 320 páginas que foram adicionadas posteriormente nos livros do Mick Rock, amigo & fotógrafo do Syd, no livro sobre o próprio, cujo conteúdo são, obviamente fotos. Ele então teria aceitado pela grana, porque “todo mundo tem seu preço” (Tim Willis). No fim da vida, porque ele teria feito isso? Certamente não estava precisando de dinheiro, se não já teria se envolvido em alguma coisa do tipo. Aposto que se existe algum livro do cara ainda a venda deve custar uma banana. Eu vou dar uma procurada na internet. Sei que no tal Scape Artists tem coisa pra vender (fotos do Syd).
2. O entrevistador coloca que ele teria ido ao encontro do Syd, não respeitando seu desejo de exilo. Aí o Tim diz que fez isso porque acreditou que ele poderia escrever um livro melhor de uma pessoa que ainda estava viva se pudesse encontrá-la, mas que certamente não o faria de novo, afinal isso seria perturbar a paz que ele tanto procura, afinal ele não quer saber do passado. FALA SÉRIO. O cara se diz fã, tem uma oportunidade de ouro de estar perto do cara, e claro, com certo pudor poder perguntar coisas e diz isso? Que ele quer paz e tranqüilidade? Não deixa de ser verdade, mas porque não se preocupar com questões consistentes, cutucar a onça com vara curta. Eu o faria, de boa. Um cara que quer respeitar o sossego do artista não bate na porta da casa dele, como o fez.
3. Já que ele vive (vivia) a exclusão, não quer(ia) contato com fãs e mídia, com o passado, Tim diz que ele provavelmente acha(va) este culto-ao-Syd uma bosta (entendi isso, se eu achar uma tradução melhor pra “drag” eu me retrato e mudo aqui). Será mesmo? Duvido. Ele era um cara doente que não queria contato com o passado, isso é sintoma do que ele deveria ter. Existem muitos problemas psiquiátricos que não necessariamente a esquisofrenia.
4. Que o Syd sofria com o pé na bunda que ele levou da banda. Bom, o que que eu digo? Levou nada. Saiu porque não queria mais aquilo. Não daquele jeito. E a gente bem sabe que fim o Pink Floyd levou, o Syd antecipou a desgraça, apenas. Porque não adianta, o Waters não me desce. Ele queria mais dinheiro do que viver intensamente a arte e sua criação, sei lá, deixarei este drama pra depois. E que o fim da carreira do Syd Barrett era pra ser assim e ponto. Puxa, tão inteligente este jornalista. Escreveu um livro pra dizer isso...
Resumindo a coza. Achei o cara um babaca, na boa. Não vou tocar mais o horror, porque eu ando xingando as pessoas por aqui, incluindo a irmã do Syd, e não sei se eu estou certa, pois nos textos parece que eu to com tanta raiva no meu coraçãozinho. O que não é verdade. To sentindo necessidade de explorar algumas coisas do Syd, antes de falar da música mesmo. Mas a proposta é esta, falar de tudo que envolva ele. Outra coisa, eu falo muito palavrão, e acabo escrevendo eles também. Espero não ofender ninguém com meu linguajar, ou falta dele.
Deixo o link da entrevista e de outra review do livro, para que possam tirar suas conclusões.
Outra coisa! Vejam só, eu havia encomendado os dois livros em que cito aqui no texto, o Crazy Diamond e o Madcap!!!! Poderei ler e falar se os encontros do Syd com o Tim trouxeram alguma coisa interessante pro livro, já que o cara disse que ele não poderá oferecer respostas às pessoas, e nem o Syd o faria se as tivesse. QUERIDO este Tim. A entrevista foi feita em 2002, 04 anos antes do Syd falecer. E que cheguem logo os meus livros!


Entrevista com o Tim Willis, em inglês:
http://www.pink-floyd.org/barrett/timint.htm

Review do livro Madcap, em inglês:
http://www.guardian.co.uk/books/2002/oct/27/biography.pinkfloyd

Espero do fundo do coração que todo mundo por aqui tenha estudado inglês no colégio, porque eu acho pouquíssima coisa válida pra passar aqui no blog em português...

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