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domingo, 26 de setembro de 2010

Me entreguei ao romantismo.

Eu me entreguei ao romantismo do Syd. Eu estava negando este momento mas né?! A vida da gente dá umas voltinhas e até esta parte meiga e mimosa que eu considerava parte da personalidade artística dele, agora fazem com que eu me identifique intensamente.

Falemos deste trecho:

“I´m in bed. I´m in love. Only wish I could add “with you” to the first as well as the second.”

Tá bom pra vocês?!

Esta frase é um pedacinho de uma carta que o Syd Barrett, em seu tempos de bom moço, ainda como Roger (quase assumindo o Syd) escreveu para sua primeira namorada, dona Libby Gausden. Infelizmente não tenho a carta toda, seria legal entender todo o contexto desta frase. Mas o que a casa ofereceu foi isso.
Tirei de “Madcap” do Tim Willis, ainda sem tradução para o português.


A carta foi escrita lá pelos anos 60, e eu fico imaginando quanto amor tinha dentro daquele pequeno ser lá pelos seus 15 anos para dizer com toda esta convicção que era apaixonado pela mina e a queria em sua cama. Na primeira vez que eu li o livro achei muito modernoso da parte dele já mandar cartinhas assim, ousadas talvez, para sua época. Num segundo momento percebi de outra forma, não só por estar apaixonada, mas também por perceber que o Syd não tinha barreiras para o amor e para a arte, e quanta sensibilidade brotava dele para se declarar assim de forma tão meiga e profunda. É apenas uma frase, mas ela passa muita certeza.

Nosso Syd Barrett parecia ser um tanto meigo, sensível e apaixonado pela vida e pelo amor.
Esta frase me toca mesmo. Profunda, sincera e linda.

Deixo ela para os amantes. Sei que o Syd Barrett gostaria disso, sua arte ou meiguices pessoais usadas de forma romântica e sincera.


Gente, melosidades a parte, eu sei que agora virá uma enxurrada de textos que refletem todo o romantismo oculto do Syd, de romances óbvios e letras previsíveis e diretas já estamos cheios. Nos anos 60 o Syd conseguiu pirar e falar de amor como nenhum outro artista.


Povo, bora se trabalhar no romantismo não-óbvio e nem previsível do Syd?! Partiu.


Fotenho do meigo Syd & sua Libby. Ele deveria ter uns 16 anos.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Me abrindo pro mundo. Like Syd used to do it.

Não sou influenciável, acho essa palavra muito forte. Acho foda dizer isso, porque ela nos leva a crer que a pessoa, ou nós mesmos, somos capazes de acatar qualquer informação por mais tola que ela seja e tomar isso por uma verdade. Prefiro dizer que estou sempre aberta a novas pessoas, ao novo, o desconhecido.
Pra falar em Syd Barrett, como não se permitir conhecer o novo e desbravar livros e músicas que só mesmo ele foi capaz de ir atrás. Pra mim ele revolucionou ao não ter medo de conhecer o que ele nem sabia que poderia existir. Isso nele é brilhante. Saibam que eu não minto sozinha, Roger Waters sempre diz em todos os documentários que aparece falando sobre o Syd, que ele curtia sons obscuros e coisas que ninguém nunca havia ouvido falar, e que o próprio Roger nunca ligava para estes achados do Syd, preferia ouvir o que todo mundo curtia na época.

Mas porque isso?! Não estou aberta às coisas porque o Syd assim o era. Estou aberta porque sempre acreditei que qualquer conversa sobre qualquer coisa nos traria sempre algo. Pode ser um tiozão num botequim beira de estrada ou um morador de rua. Todo mundo acrescenta algo.
Todo mundo deveria.

Eu me abri para algo novo. Algo que eu acreditei que nunca teria a ver comigo. Hoje eu escutei Mutantes. É, pra mim é muito novo mesmo. Mesmo convivendo com este nome há muitos anos, pois meu melhor amigo da faculdade era apaixonado, eu nunca dei bola. O tempo passou e eu alimentei uma pena pelo Arnaldo Batista e pela sua história decadente, nunca conseguindo juntar ele ao Syd. São duas histórias completamente diferentes que merecem um texto para chamar de seu, coisa que farei pois já prometi.

Eu quero falar de uma música em especial hoje. Uma música do álbum Divina Comédia ou Ando Meio Desligado, e a música é Ando Meio Desligado, composição dos 3 Mutantes, A Ritinha, o Arnaldo e o Sérgio Dias. O álbum foi lançado bem depois do nascimento do Pink Floyd em sua primeira formação e 3 anos depois do lançamento do The Piper at The Gates of Dawn, ou seja, 1970.
Achei a música deliciosamente psicodélica, fazendo jus a sua classificação de psicodelia, e quanto a parte de tropicalismo prefiro não opinar. Não sei muito sobre esta fase para me dar ao luxo de falar. Os susurros me lembram a track “Candy and a Currant Bun” e a guitarra é mais inspirada e precisa, como se propunha obviamente, se compararmos ao Syd, que era tri desapegado do perfeccionismo do som que produzia com sua guitarra, o que o levou ao patamar de desbravador que hoje conhecemos. E que eu afirmo. Escutem sem pensar no Pink Floyd, consigam a versão original dos Mutantes e se permitam ouvir algo que foi lindamente criado no Brasil.
Se eles foram influenciados pelo Syd e companhia, não sei. Mas a sintonia musical através do mundo é que faz a coisa toda brilhar. Mesmo que eles tenham se inspirado no Pink Floyd, e dai?! O que seria o David Bowie sem o Syd?! Não seria o artista multifacetado que temos hoje. Ou até o Genesis, que eu acho uma verão pão-com-ovo do Pink Floyd...

Gente. Tá na hora de nos abrirmos pro mundo, tá mesmo. Na real já passou, passou mesmo. Vamos abrir nosso coraçãozinho para as maravilhas da música, literatura, filmes, pra vida. Vamos deixar as coisas passarem em branco?! Vamos ser mais Syd feelings e permitir que nosso mp3 tenha tracks de bandas que não são modinha. Essa coisa de modinha é pros fracos.